quinta-feira, 20 de outubro de 2011

pra ser gente grande...

...leva tempo. e esforço.

mas, afinal, o que é ser gente grande? crescer, sair da casa dos pais, se formar, arrumar um bom emprego, se casar, formar uma família? acho que também. mas ainda falta alguma coisa.

o amadurecimento é algo muito mais difícil e complexo do que se pensa. não vem com a idade, nem com o gênero e nem com a escolaridade. vem com a experiência? também, mas não só. acho que tem algo de muito individual em cada um que proporciona o amadurecimento. alguns precisam de algumas experiências para se firmarem maduros, mas talvez se uma outra pessoa tivesse as mesmas experiências, não teria o mesmo efeito... mas o que seria o amadurecimento então se não é somente todas as coisas citadas acima? ainda acho que é muito mais. é um processo árduo, muito árduo. é preciso paciência, sensibilidade, algumas dores para se alcançar um maior amadurecimento.
em suma, acho que amadurecimento é, principalmente, segurança. quando a pessoa começa a se sentir cada vez mais segura com suas decisões, é porque está amadurecendo. amadurecer é, também, largar tudo o que remete ao passado no passado. se desapegar de alguns objetos, rótulos, coisas de criança, por exemplo. ou então se olhar no espelho e se enxergar diferente, mais bonito, mais forte, mais feliz. é ter desejos e anseios de uma vida próspera e lutar para conseguir isso. é aceitar a vida como ela é e aprender a tirar proveito disso. é se firmar com os pés no chão, sonhar e fantasiar menos. é compreender o outro e suas dificuldades.

[dedico meu post ao aniversariante do dia, meu amigo Jonas]

terça-feira, 4 de outubro de 2011

prática e teoria não se misturam (mas deveriam, não é?)

Acho que tem muita gente na mesma situação que eu. Os alunos de Letras de terceiro e penúltimo ano, que estão pouco a pouco entrando na prática. Mas a prática tem-me parecido tão nova e diferente de tudo que eu já vi até então, muito desvinculada das teorias que aprendi.
Sei que estou na segunda melhor universidade do país e que isso vai encher meu currículo de cinco estrelas, independente da minha real formação. Mas aí é que está; começo a questionar tudo.
Eu sempre gostei da minha universidade e da minha faculdade. Aprendi muitas coisas interessantes e até o primeiro semestre do segundo ano eu era apaixonada pelo meu curso e sabia que estava seguindo a carreira certa. Mas esta sensação tem se desconstruído cada vez mais. Hoje, mais próxima da realidade e do fim do curso, percebo que não tenho base suficiente para atuar na Licenciatura que fará parte do meu currículo. É tudo muito intuitivo e chego a questionar se meu curso realmente é bom.
Não temos Gramática, nem Literatura Brasileira mais aprofundada, nem Literatura Portuguesa... a não ser que eu tenha sorte de poder fazer estas disciplinas aqui. Esta total abertura de poder pegar a Literatura que eu quiser me deixa feliz, por um lado, mas totalmente desanimada, de outro. Claro, é muito interessante saber coisas sobre Jorge Luis Borges ou então sobre Platão. Assim como é interessante (e ainda mais útil, sabendo que vou atuar em alguma escola brasileira) saber sobre Machado de Assis e Camões, que são disciplinas que abarcam o que eu realmente vou precisar saber pra poder ensinar aos meus futuros alunos.
Aí me vem aquele engraçadinho que diz: "Mas na universidade pública você tem que ir atrás das coisas! Você tem que ir lá buscar as informações! Ninguém te dá nada de mão beijada". Tá, tá, eu sei disso! Mas deveria conter na minha grade curricular muitas teorias consideradas básicas para que a prática funcione bem. Veja só, não sei nada de Bakhtin nem de Vygotsky. Não sei nada da base que me faria atuar como professora. E não sei nem por onde começar, se devo ou não devo estudar estes teóricos tão sempre mencionados nas Bibliografias de Licenciatura. Isto sem contar que as aulas da Faculdade de Educação são quase sempre muito ruins.
Aí me questiono também se ser professora de escola seria uma boa. As péssimas condições de trabalho, incluindo o salário baixo e o fato de eu não me sentir preparada PARA atuar como professora são fatores muito desmotivadores.
Aí penso em seguir a carreira de Linguista porque, olha só, tem coisa muito interessante por aí. A Neurolinguística também me fascina pois lida com educação, linguagem e neuropsicologia, apesar de eu [ainda] saber muito pouco sobre ela. Mas meu curso também tem muita pouca coisa sobre Linguística porque temos um Bacharel em Linguística e aí sim você poderá ser um Linguista de verdade... Ou seja, a pós-graduação terá de vir logo em seguida se eu decidir seguir esta área.
As disciplinas consideradas práticas, como o fato de montarmos um material didático ou então darmos aula de Português para Estrangeiros parecem ótimas pedidas. Mas não se enganem. O material didático é totalmente desvinculado da prática, o que nos faz pensar se ele funcionaria ou não. E a aula para os Estrangeiros é desvinculada da teoria e quase sempre nos sentimos perdidos e não sabemos nem por onde começar. Acho que tem alguma coisa errada aí, não é mesmo? Será eu a única pessoa a me sentir tão insegura quanto a tudo e tão desmotivada? Não, acredito que não.

Só sei que sempre crio expectativas na minha faculdade e quase sempre me frustro com ela.
Mas é isso aí. O último ano me espera e pretendo criar novas expectativas mais uma vez...