segunda-feira, 30 de julho de 2012

nu

as mãos frias, a perna direita inquieta batia no chão repetidamente. bons pensamentos, pois sabia que teria que manter a calma e a argumentação.
estava com a roupa de casa, a qual não sairia na rua. banhou-se, se enxugou e foi se trocar.
"qual roupa eu ponho afinal?". ela sabia que aquela seria uma conversa importante e que poderia resolver muita coisa, mas não sairia de casa. talvez fosse a última vez que o visse, talvez a última que falasse com ele. ela tinha aquela certeza incerta de que as coisas terminariam.
"invista, invisto. visto."
- sabe, menina? aquele verde bonito realça seus olhos! - havia dito sua colega de quarto
"por que não?". colocou uma roupa bonita, passou perfume e até um pouco de rímel. um brilho nos lábios completou sua esperança tão cabisbaixa e ainda desencorajada.
ela sabia que, ao expor-se, despir-se de sua racionalidade exacerbada, ao mostrar à flor de sua pele branca que o amava, seus argumentos acabariam. o sentimento se tornaria sua principal razão.
e investia, sem perder a fé e (racionalmente) preparada para a mágoa...

sábado, 28 de julho de 2012

Mulher: sexo frágil

Desde os tempos primórdios, a mulher é vista de forma diferente do homem. Daí surgem as mil vertentes de pensamento que envolvem a questão do gênero. Mas hoje não vou falar necessariamente da parte negativa do machismo, mas sim algumas coisas que passam na cabeça de muitos homens e que nem sequer chegam perto de nós, mulheres. E eis o motivo do porquê ficamos às vezes tão indignadas - ou desentendidas - ao comportamento desses rapazes.
Muitos homens (não digo todos) não aceitam serem os pobres da relação. Eles querem te levar pra sair, te buscar em casa e todos esses cavalheirismos que eu não nego que sejam interessantes. Porém, alguns homens se intimidam ou se envergonham quando não podem cumprir esses papéis, e podem se comportar de forma insegura quando você chamá-lo pra dar umas voltas. Não se preocupe, é somente uma questão de orgulho masculino, e a gente nem se dá conta disso, acreditando que ele não gosta de nós (sim, nós mulheres somos sempre dramáticas e levamos tudo pro lado sentimental).
Entre essas responsabilidades, o homem pode assumir muitas outras dentro de um relacionamento, como o fato de ser responsável inteiramente... por seus sentimentos. De certa forma, se ele se comprometeu a estar com você, ele é responsável por muitas coisas dentro do relacionamento, mas a mulher não é um vaso de porcelana como muitos acreditam. A idéia de sexo frágil reina entre as cabeças românticas masculinas (estou descartando, nesse quesito, os cafajestes de plantão que só querem te comer) e isso os torna, muitas vezes, inseguros. O velho "medo de magoar" injustificável ou então o quanto ele será responsável por um possível sofrimento seu são coisas que atormentam algumas mentes inseguras. Rapazes, acreditem, nós mulheres sabemos muito bem de nossas decisões e o que queremos de nossas vidas. Vocês se tornam o sexo frágil ao demonstrar tanto medo assim nos relacionamentos e digo isso não só por mim, mas por relato de muitas colegas passando por essas coisas. Acreditem, isso acontece muito hoje em dia. E não há coisa mais desanimadora para nós, mulheres, como um homem que não se iguala a ela nas funções.
E nessa insegurança toda, nas respostas rasgadas, nos medos internos, surge a mágoa. O medo de magoar se torna, então, real. É como um ciclo sem fim.

Mulheres, não se preocupem tanto assim com o comportamento masculino. Observem bem se não há nenhuma dessas questões do "papel masculino" envolvida.
Homens, não se entreguem tanto a esse romantismo desnecessário. Praticidade e sentimentalismo, ambos equilibrados, é ótimo! E estamos aqui para dividirmos os papéis.

Fica a dica!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

concretude

bolsa, sapato, dinheiro, chão, casa, porta, relógio, hora, papel, livro, janela.

eu só tenho sonhado com essas coisas. to concreta, prática, ativa. as metáforas se foram dos meus sonhos e agora nem preciso mais de Freud pra explicar.

pouca ilusão, pouca poesia, pouco sentimentalismo.
até me estranho... mas me sinto muito bem, obrigada.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

"you make your own luck"


"You make your own luck, Gig. You know what makes a good loser? Practice." - Hemingway, Ernest.

Esta frase é ótima e me fez pensar em muitas coisas da vida [lembrando que ela está decontextualizada e que possui várias formas de interpretação]. Faz muito sentido, por mais louca e paradoxal que possa parecer. Comecemos por sua tradução: "Você faz sua própria sorte (...). Você sabe o que faz um bom perdedor? Prática". C'est vrai! Quando nos lamentamos muito por alguma coisa não dar certo parece que a sorte vai embora e fica cada vez mais longe. "Mon Dieu (to afrancesada hoje), porque raios a vida não anda? Por que não encontro o amor da minha vida? O trabalho ideal? Por que tenho dor de garganta justo no dia do show da Regina Spektor?". É claro que a sorte é algo meramente aleatório a nós e podemos sim ter um Rio de Janeiro com muita chuva e neblina (como aconteceu comigo) como podemos ter um Rio de Janeiro com muito sol e calor e belas paisagens a vista. Está certo, fato. Mas, como tudo nessa vida, eu posso pensar que tive muita sorte em ter um Rio de Janeiro sem sol porque, imagine só eu, branquinha, andando naquele sol de rachar mamona! Eu poderia estar agora com muitas queimaduras ou até então reclamaria do sol o tempo todo por lá.
Obviamente que estou simplificando por aqui, mas acredito que a vida seja assim... A sorte vem e vai, mas tudo depende de como lidamos com ela ou a falta dela nas nossas vidas. A partir do momento que você pensar que o fato de não achar o amor da sua vida pouco importa neste momento, aquilo deixará de ser uma má sorte porque a importância a isso também será pequena, então seu impacto será menor. Se você der seu devido valor, você vai parar de reclamar que seu emprego é mediano e você não o considerará mais uma má sorte. Assim como também tenderá a se preocupar menos com a sorte em si, mas sim viver o que lhe é apresentado e buscar ser feliz com isso.
Não que a boa ou má sorte não existam... já me considerei muito sortuda em algumas coisas e com muita pouca sorte em outras, mas quero parar de pensar assim. Aliás, reclamar, lamentar, ficar de "mimimi" só levam à falência. Posso constatar. E tem gente menos cética do que eu que diz que tem um lance de boas vibrações ou ruins que influenciam toda nossa vida. Se a gente pensar positivo, teremos um retorno positivo e vice-versa. Se existem boas energias ou não eu não sei, mas o conceito tende a funcionar, então estou acreditando. A partir do momento que parei de julgar as coisas como boas ou não, passei a tirar mais proveito delas. Eu fiz minha própria boa sorte, e que continue assim ;)