domingo, 25 de agosto de 2013

Não poderia deixar passar

São 5 a.m., acabo de voltar de uma casa noturna na minha cidade. O lugar foi inaugurado recentemente, mas o que se observa ali já é de anos.
São pessoas preocupadas em arranjar alguém para passar a noite, em beber para esquecer, em se divertir para se libertar.
O clima parece de diversão, mas não se engane: é possível visualizar em cada rosto algum tipo de angústia tremenda. A diversão também nos parece momentânea; após o efeito do shot de tequila o desânimo aparece como a ressaca do dia seguinte.
O não ficar com alguém é algo comprometedor ao sucesso da noite. Mas o ficar também se torna algo vazio; afinal, é só por aquele momento e nada mais.
As músicas, já tocadas há anos, soam agora repetitivas, como se os ouvidos estivessem cansados de apreciá-las. Mesmo a cerveja, que é bem servida, é de difícil digestão.
A noite se torna ilusão e desapontamento.

Chego em casa e tomo um chá, a fim de terminar bem a noite desgastada...