segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

atrasada


Estou para escrever este post há milênios e parece que, neste tempo de ócio improdutivo, eu não conseguia escrever, alinhar, transformar em texto estes pensamentos e sentimentos presos na minha garganta, ou no meu cérebro, mais precisamente no córtex, onde se produz a linguagem e os pensamentos. Afinal, escrever é tornar o pensamento, através do sistema linguístico, em uma lógica onde há um começo, um meio, um fim, e tudo que eu menos tinha por esses tempos era a capacidade, ou melhor, o êxito em transformar meus sentimentos em palavras, ou mais precisamente, em palavras que pudessem formar sentenças ou períodos que se completassem semanticamente.
Mas cá estou, relutando em escrever algo bom. Afinal, eu preciso me ouvir (no caso, me ler) para conseguir me entender, e o blog é um espaço para isso. E a verdade é: cada dia, para mim, tem sido uma luta entre entender o que eu quero, o que eu possuo e o que eu faço.Viver nunca me pareceu um complexo de tantas emoções juntas que se transformam na atual e principal delas: a fragilidade.
Há duas semanas atrás, posso me dizer que me sentia tão segura e preparada, tão forte e tão feliz. Agora, me vejo quase como em um labirinto sem saída, destes que a vida traz para nós de vez em quando. Acho que não me sinto insegura, mas sim me sinto frágil. Não frágil de fraca, mas frágil por não estar convicta e feliz com o que tenho, de não estar devidamente satisfeita e por perceber que a vida é muito mais forte do que acreditava que ela fosse. Mesmo tentando, eu ainda não encontrei sentido nem felicidade onde atualmente estou. Penso em voltar, mas seria crueldade com minha própria coragem, ou seja, seria covardia não tentar mais um pouco.
Sobre o amor, eu já nem mais o que pensar sobre ele. Acredito estar onde estou por causa dele. Mas também sinto-me em outro patamar, em outra realidade, sinto-me outra pessoa, e esta fragilidade me impede de querer muitas coisas.

Tudo o que peço é que eu me faça, ou então, já não sei mais, "façam-me" viver novamente.