(estava na adolescência quando os escrevi)
autoria: Mariana Rosa
Amor florido (Maio/2005)
Assim como a vida,
Assim como o desabrochar dos
fatos,
O amor é como uma flor.
Uma flor que de seu pequeno
botão
Miúda envolvida em sua
corola ainda imatura,
Cresce lentamente a
despertar.
Ora, o amor não é nada mais
Nada a menos do que uma
flor.
Uma flor que floresce,
cresce mas um dia adormece.
Adormece já pobre em cores,
Pobre em alegria e ousadia.
Seu tempo acabou,
Sua vida já terminou.
E se houver alguém que ouse
me dizer
“o amor não há de terminar”,
Este alguém não sabe entender
Que uma flor irá sempre
despetalar.
O olhar (Outubro/2003)
O olhar,
Sentido simples da vida
Para que possamos enxergar.
O olhar,
A porta mais aberta
Para nossos sentimentos
libertar.
O olhar,
Seja ele frio, esperançoso
É sempre ele a nos avisar.
Não precisamos de palavras,
Basta o olhar para nos
contrariar.
Serei feliz se um dia
Esse olhar
Amor me demonstrar.
Mas cuidado
Esse olhar pode muito bem
A flor murchar.
Olhar triste é como
Imensa escuridão
Indo aos poucos se acabar.
Ah, se eu pudesse o mundo
mudar!
Já estaria bem longe
O frio e triste olhar...
Só nos resta então
Olhar a imensidão
Seja ela dentro ou fora de
nós...
Olhares nos olham
Nós olhamos olhares
Temos muito do que
desfrutar.
Pois um dia
Nosso olhar ira terminar
Para num novo mundo ele
acordar.
Encontros perdidos (Outubro/2004)
O tempo vai passando,
A hora vai chegando.
E posso, a cada segundo,
Sentir-me mais perto de ti.
Mais perto do seu aconchego,
Mais perto do seu carinho,
Mais perto do seu calor.
Mais perto da minha
felicidade.
Espero a hora chegar
Para o encontro de olhares
Para a volta dos abraços
Para finalmente a saudade
poder espantar.
Espero, e finalmente chega
Chega a angústia de querer
te ver
De te encontrar no meio da
multidão
Por mais barulho e confusão
que possa haver.
Gente, muita gente passa,
Abraça, reencontra.
Choro, angústia.
Tudo ali podia notar.
E sentada, ali espero
Já era hora, e não te vejo
Não te encontro, não te
percebo.
Então, o ônibus vai-se.
Coração apertado.
Mas, finalmente pude
encontrar-te.
Sentado, também esperando.
Esperando também a
felicidade.
A felicidade que é levada.
Levada por rodas,
E que demora a chegar.
Finalmente
pude notá-la.
Só me entristeço quando
penso
O que te trouxe à mim
Há de levar-te embora
Novamente.
Posso nunca mais ver seu
rosto
Posso nunca mais sentir o
seu toque
Posso nunca mais lembrar-me
de ti
Só espero encontrar-te de
novo.
Milênio (2002)
Milênio, milênio
Substantivo tão complicado
Representando mil anos
passados
Milênio, milênio
Substantivo de grande
extensão
Representando mais mil anos
Que ainda passarão
Seremos todos iguais
Com cabeça, tronco e
membros?
Ou mudaremos nossa
arquitetura
ao finalizarem os Dezembros?
Saberemos brincar
e nos divertir?
Ou seremos imóveis
Fincados no cimento sem dele
sair?
Seremos inocentes
no futuro?
Ou seremos corruptos
escondidos por trás dos
muros?
Ficaremos presos
aos computadores e máquinas?
Ou brincaremos no ar livre
e ainda beberemos leite de
vaca?
Se pelo menos pudéssemos
Avançar ao futuro
e ver como estão as coisas
por lá,
Apagaríamos todas as dúvidas
que existem no mundo de cá.