sábado, 3 de maio de 2014

poeminhas antigos

Que surpresa boa! Estava fuçando em um computador que usava há uns bons anos atrás e achei um arquivo com algumas poesias que escrevi na época! Posto para não perdê-las e para vocês apreciarem :)
(estava na adolescência quando os escrevi)
autoria: Mariana Rosa




Amor florido (Maio/2005)


Assim como a vida,
Assim como o desabrochar dos fatos,
O amor é como uma flor.

Uma flor que de seu pequeno botão
Miúda envolvida em sua corola ainda imatura,
Cresce lentamente a despertar.

Ora, o amor não é nada mais
Nada a menos do que uma flor.
Uma flor que floresce,
cresce mas um dia adormece.

Adormece já pobre em cores,
Pobre em alegria e ousadia.
Seu tempo acabou,
Sua vida já terminou.

E se houver alguém que ouse me dizer
“o amor não há de terminar”,
Este alguém não sabe entender
Que uma flor irá sempre despetalar.



O olhar (Outubro/2003)



O olhar,
Sentido simples da vida
Para que possamos enxergar.

O olhar,
A porta mais aberta
Para nossos sentimentos libertar.


O olhar,
Seja ele frio, esperançoso
É sempre ele a nos avisar.

Não precisamos de palavras,
Basta o olhar para nos contrariar.

Serei feliz se um dia
Esse olhar
Amor me demonstrar.

Mas cuidado
Esse olhar pode muito bem
A flor murchar.

Olhar triste é como
Imensa escuridão
Indo aos poucos se acabar.

Ah, se eu pudesse o mundo mudar!
Já estaria bem longe
O frio e triste olhar...

Só nos resta então
Olhar a imensidão
Seja ela dentro ou fora de nós...

Olhares nos olham
Nós olhamos olhares
Temos muito do que desfrutar.

Pois um dia
Nosso olhar ira terminar
Para num novo mundo ele acordar.


 

Encontros perdidos (Outubro/2004)




O tempo vai passando,
A hora vai chegando.
E posso, a cada segundo,
Sentir-me mais perto de ti.

Mais perto do seu aconchego,
Mais perto do seu carinho,
Mais perto do seu calor.
Mais perto da minha felicidade.

Espero a hora chegar
Para o encontro de olhares
Para a volta dos abraços
Para finalmente a saudade poder espantar.

Espero, e finalmente chega
Chega a angústia de querer te ver
De te encontrar no meio da multidão
Por mais barulho e confusão que possa haver.

Gente, muita gente passa,
Abraça, reencontra.
Choro, angústia.
Tudo ali podia notar.

E sentada, ali espero
Já era hora, e não te vejo
Não te encontro, não te percebo.
Então, o ônibus vai-se.

Coração apertado.
Mas, finalmente pude encontrar-te.
Sentado, também esperando.
Esperando também a felicidade.

A felicidade que é levada.
Levada por rodas,
E que demora a chegar.
Finalmente pude notá-la.

Só me entristeço quando penso
O que te trouxe à mim
Há de levar-te embora
Novamente.

Posso nunca mais ver seu rosto
Posso nunca mais sentir o seu toque
Posso nunca mais lembrar-me de ti
Só espero encontrar-te de novo.



Milênio (2002)




Milênio, milênio

Substantivo tão complicado
Representando mil anos
passados


Milênio, milênio
Substantivo de grande extensão
Representando mais mil anos
Que ainda passarão

Seremos todos iguais
Com cabeça, tronco e membros?
Ou mudaremos nossa arquitetura
ao finalizarem os Dezembros?

Saberemos brincar
e nos divertir?
Ou seremos imóveis
Fincados no cimento sem dele sair?

Seremos inocentes
no futuro?
Ou seremos corruptos
escondidos por trás dos muros?

Ficaremos presos
aos computadores e máquinas?
Ou brincaremos no ar livre
e ainda beberemos leite de vaca?

Se pelo menos pudéssemos
Avançar ao futuro
e ver como estão as coisas por lá,
Apagaríamos todas as dúvidas
que existem no mundo de cá.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

poeminha da madrugada doída

Das pálpebras pesadas
Do coração partido
Vejo-me encantada
Ainda sob seu feitiço

Em certa tristeza sigo a vida
Coração injusto
Mente esperta: nada sentida

O real me desgasta
A vida dura me corrói
Quero viver de fantasia
Meu coração ainda dói

Mata-me, coma-me ferida
Engula a realidade
Traga-me a miragem
A uma alma perdida

sábado, 1 de março de 2014

Solidificada

A solidão sempre esteve presente nos momentos em que me pegava distraída. De início não gostava e achava que sua existência era algo ruim. Incomodava-me também com sua maneira arrogante e decidida de se aproximar, quase que impondo seus modos sobre os meus. Mas aprendi a aceitar e há tempos nosso relacionamento se tornou até que confortável. Ela costuma bater na porta sem avisar previamente que viria, entra algumas vezes sem minha permissão e fica eternamente nas salas do meu consciente, quase que tomando conta dos meus desejos mais profundos e anseios emocionais. Chega a ser irritante, mas com o tempo me acostumei bem.
Recentemente ela se afastou de mim e admito que senti falta de sua presença marcante, não sabendo o que fazer para substituía-la. Quando me vi com ele, ela, enciumada, se escondeu no mais profundo do meu corredor do consciente, quase na ala do imperceptível. Me esqueci dela por um tempo, por horas, dias e até mesmo meses.
Há duas semanas ela voltou, bateu novamente à minha porta, encabulada e cabisbaixa, perguntando se podia entrar. Eu relutei dessa vez, afinal, que tipo de relacionamento é esse que, depois de tanto tempo presente, decide sumir e voltar quase que sem explicações, satisfações ou então um arrependimento. Mas abri as portas mais uma vez. Ela entrou, sentou no
sofá e debochou da minha cara, dizendo que sempre esteve à espreita para voltar a me conquistar e disse que já sabia que conseguiria. Convencida.
Arrependi-me mesmo por algumas horas por tê-la deixado entrar, mas agora me (re)acostumei com sua irritante presença.
Bem-vinda de volta, solidão.