quinta-feira, 21 de novembro de 2013

mary jane bot

Alguém para onde eu podia ser intensamente vivida, há o amor.

fonte: http://what-would-i-say.com/ (ou eu mesma)

sábado, 16 de novembro de 2013

?

entre as dúvidas e medos, me vejo no mesmo lugar. sem saber pra onde ir.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

o homem mais triste

Você, entre todos os homens os quais me aproximei, é o mais triste de todos. 

Encara a vida difícil que tem como algo muito simples. "Todos dizem que minha vida é trágica", me disse logo no primeiro encontro. Estranhei, afinal, quem lida com a tristeza de forma tão tranquila e direta a uma desconhecida? Ele conta os tão terríveis causos como se contasse sua rotina. A tristeza é parte de sua rotina, não a estranha nem questiona. 
"Não sei se consigo escrever assim como você", disse sobre meus contos. Ele, que tanto gosta de histórias e literatura, não consegue transformar em uma narrativa coerente o que se passa em sua cabeça. "Você não conseguiria dar coesão nem coerência a um texto, não é?", perguntei a ele. "Isso mesmo". A minha teoria estava certa...
Gosta de mostrar os livros que havia comprado, gosta de contar algumas coisas que havia lido. Isso eu gostava nele...
Gaba-se quando se vê como louco; ele não só não esconde a loucura como faz questão de mostrá-la a todos. Orgulha-se em ser louco, em vestir essa máscara. Não pensa nas consequências de sua loucura, tampouco sabe lidar com o que se passa em sua cabeça. Ele é um louco que jamais procurará ser menos louco. Afinal, ser louco é tudo que ele tem, é tudo que ele é. Se ele perder isso, quem passará a ser?
Entre os momentos que vivi ao seu lado, o seu passado é tão vivo que aparece a cada minuto de conversa com ele. "Eu quase morri várias vezes", ele disse. "Pois então, você é praticamente um super-homem", eu brincava, querendo trazê-lo ao presente. Mas ele não consegue permanecer no presente por muito tempo; sua memória triste é tão viva, senão mais viva que qualquer acontecimento feliz (ou atual) de sua vida. Triste.
Consegui trazê-lo ao presente por alguns dias, talvez. Os dias os quais ele disse que não parou de pensar em mim; os quais a gente riu e fez piadas juntos. Os quais me senti gostando de um moço triste que havia, pela única vez, mostrado um lado o qual não esparava nem conhecia. Mas não durou por muito tempo. A tristeza venceu mais uma vez e voltou a contar histórias do seu passado sombrio. Uma vida difícil. 
Mas nada é mais difícil do que sucumbir à tristeza e à memória dessa forma. Você é o homem mais triste que eu já beijei.